Palavras miniaturas da mesmice sinfonia,
nua e crua a rua que adormece a poesia.
Dilata, enfraquece a aparente esquizofrenia,
enruga e amolece a outrora endurecida.
Palavras me ajudam no dormente dia a dia,
da angústia percebida ser a minha terapia.
Os sentidos são o berço da agulha à anestesia,
o buraco é mais embaixo da frustrante hierarquia.
Palavras coordenam minha rude ignorância,
com uma pitada de ingenuidade e uma santa intolerância.
Nada que me faça entender a exuberância
de uma bela frase de novela mexicana.
Palavras me sufocam me comovem, me aguçam,
a explicar quem sou pra deter a minha astúcia.
Palavras singulares que devastam o meu plural,
palavras imortais que superam os mortais.
Marcello Martins
Aluno do 1º Período de Letras